O bebê já nasce com o
reflexo da sucção. Porém, não quer dizer que esteja pronto para enfrentar
as dificuldades que às vezes surgem no início do aleitamento. No começo, é
preciso carinho e paciência. O bebê não suga perfeitamente, a mãe fica
desajeitada na hora de lhe dar o peito, o fluxo de leite ainda é irregular. São
apenas as primeiras tentativas e logo tudo se normaliza. O leite materno é
perfeito, completíssimo. Tem quantidade certa de açúcar e proteínas, o
tipo certo de gorduras e outros nutrientes que a criança precisa para se
desenvolver saudável.
Tão importante quanto
seus aspectos nutritivos, digestivos e até mesmo de proteção contra doenças
é o aspecto emocional. Bebês que mamam no peito estabelecem com a mãe uma
relação altamente gratificante. Mais tarde, terão segurança, estabilidade
e facilidade de se adaptar às novas etapas da vida.
Para ter mais leite:
-
Amamente o seu bebê
logo que possível. O reflexo da sucção atinge o ponto máximo instantes
após o nascimento. Ofereça o seio, mas não se preocupe se o bebê não
pegar. Nos primeiros dias depois do parto, mesmo que o leite não tenha
descido, ele estará recebendo o precioso colostro.
-
Alimente-se bem. Tome
bastante líquido. E inclua no seu cardápio diário frutas, verduras,
legumes, carnes, peixes e ovos. Esqueça enlatados e condimentos. Ofereça
sempre os dois seios a cada mamada. A produção do leite será estimulada
em ambos os seios. O ideal é começas pelo último seios da mamada
anterior para que ambos sejam bem esvaziados.
-
Procure relaxar
enquanto amamenta. Uma cadeira confortável, silêncio e até uma música
suave contribuem para que o leite desça naturalmente.
-
Não tenha medo de
ficar com os seios flácidos ou caídos. Isso não acontece, mesmo
amamentando por tempo prolongado.
-
Não acostume o bebê
a tomar água ou sucos na mamadeira. Habituando-se com a facilidade da
mamadeira, ele vai abandonar o peito. E esse é o maior perigo para quem
quer amamentar bem.
-
Lembre-se: não existe
leite materno fraco ou forte.Ele sempre é adequado.
(Fonte: Revista
"Mãe, você e seu filho", edição 51 - Dr. Mário Santoro Jr.:
consultor pediátrico)
Pode
Falar, seu bebê está ouvindo!
Na 3ª semana de vida
uterina, o ouvido do bebê já começa a se desenvolver. As orelhinhas só
estarão formadas depois de 6 ou 7 meses, mas no 5º mês o bebê já consegue
distinguir ritmo, entonação e variação de freqüência. É isso que
permite a ele reconhecer a voz da mãe no momento do nascimento. Além de
reagir aos sons, abrindo e fechando os olhos, agitando-se ou mesmo acordando
do sono.
De modo geral, poucas
crianças nascem com deficiência auditiva. Porém, como a audição é muito
importante para o desenvolvimento da fala e da linguagem, é imprescindível
descobrir o mais cedo possível se o bebê tem esse problema. Para isso,
costumam-se fazer testes como a audiometria comportamental, que é a observação
do comportamento do bebê, ou até exames, com sofisticados instrumentos,
feitos no 2º ou 3º dia de vida. Se o resultado for normal, pode-se afirmar
no momento que a audição do bebê é normal. Mas se não for, não se
preocupe. Faça o exame de novo dentro de 1 mês. Só com um 2º exame é que
você terá um diagnóstico mais preciso. Esses exames são rotinas em algumas
maternidsdes. E, caso não sejam feitos logo após o nascimento, podem ser
realizados ainda nos primeiros meses.
Portanto, sendo a audição
tão importante para o bebê, aqui vai a dica: se a audição do seu bebê não
for testada na maternidade, converse com seu pediatra. Principalmente se ele
for prematuro. Afinal, defeito de audição pode e deve ser corrigido bem rápido.
E o seu bebê merece esse cuidado.
(Fonte: Revista
"Mãe, você e seu filho", edição 48 - Dr. Mário Santoro Jr.:
consultor pediátrico)
É muito comum os pais
ficarem preocupados em saber se o seu filho enxerga bem, ouve direito e possui
bom paladar. Eles têm motivos pra isso. É por meiodos sentidos que o bebê
descobre o mundo exterior e vai construindo um mundo interior, tornando-se
capaz de fazer comparações e julgamentos, formando, assim, a sua
personalidade. Os órgãos sensoriais do recém-nascido vão se desenvolvendo
lentamente e de forma diferenciada durante o seu crescimento. Por isso, aí vão
algumas informações de como acontece esta evolução:
-
OLFATO - nos primeiros
meses, a criança só percebe os cheiros mais fortes, mas, ao final do
primeiro ano ela já identifica também os mais suaves.
-
PALADAR - o recém-nascido
sente alguns sabores, tais como ácido, o doce e o amargo. Mas,
rapidamente o paladar se desenvolve, e por este motivo, aos 4 ou 5 meses o
bebê reage às mudanças de alimentação. Quando a criança chega aos 4
anos, ela já sente o sabor dos alimentos como os adultos.
-
TATO - faça uma
experiência: toque a planta do pé do bebê e você vai vê-lo mover o pé,
mexer os braços e mudar a expressão do rosto. Mas, por volta dos 8
meses, o bebê já tem uma reação local e responderá mexendo apenas a
parte do corpo que foi tocada.
-
AUDIÇÃO - no momento
do nascimento, é possível perceber a capacidade auditiva da criança com
o uso de aparelhos especiais. Aos 2 meses, os pais já podem perceber sua
reação ao som de um apito. Aos 5 meses, a criança vira a cabeça em
direção ao objeto que fez barulho e, aos 8 meses, ela já tenta imitar
os sons feitos pelos pais.
-
VISÃO - o recém-nascido
consegue perceber os olhos e a boca de uma pessoa a 30cm. de distância.
Com 1 mês, ela já prefere grandes constrastes, figuras pretas, brancas e
geométricas. Aos 2 meses, ela começa a fixar os olhos nos objetos e
pisca quando vê algo que causa ameaça se aproximando. Aos 3 meses, olha
para as próprias mãos e, finalmente, aos 6 já tem uma visão bastante
desenvolvida.
Assim com essas dicas você
poderá observar melhor o seu bebê, mas se continuar com dúvidas, já sabe,
pergunte ao seu pediatra.
(Fonte: Revista
"Mãe, você e seu filho", edição 29 - Dr. Mário Santoro Jr.:
consultor pediátrico)
O sarampo é uma doença
que envolve uma série de sintomas. Os mais comuns são a febre e as
manchinhas avermelhadas que aparecem na pele. Mas nem sempre manchas na pele e
febre são características apenas do sarampo. Muitas outras doenças
apresentam esses sintomas, na maioria dos casos, doença infectocontagiosas.
Para que o médico possa diagnosticar corretamente a doença é muito
importante ouvir o que a mãe da criança tem a dizer: como e quando começou,
se a febre surgiu antes ou depois dos outros sintomas e sinais, quais os
sintomas, qual a intensidade e quanto tempo duraram. Depois dessa fase o médico
já pode ter uma idéia de que doença a criança tem. O exame do paciente
deverá ser bastante minucioso. Um pequeno sinal, como uma manchinha branca na
bochecha de uma criança com febre poderá revelar o diagnóstico. Neste caso
são chamadas manchas de köplick, que ocorrem no dia anterior ao
aparecimento das manchas na pele, comum nos casos de sarampo. Mas, às vezes
todos esses sintomas não são suficientes para estabelecer o diagnóstico
definitivo. Por isso, o médico ainda podreá contar com alguns exames para
confirmar ou não suas suspeitas. É importante saber que esses exames servem
para confirmar uma suspeita e não descobrir a doença. E, se nem mesmo os
exames puderem indicar o diagnóstico definitivo, a família deverá aguardar
2, 3, 4 ou mais dias de febre, para que se chegue a uma conclusão. Nos bebês,
o sarampo costuma aparecer depois de 3 dias de febre alta. No 4º dia a febre
desaparece e surgem lesões na pele, como se fosse rubéola. Para se ter
certeza da doença, é importante que a criança tenha o acompanhamento pediátrico.
Afinal, existem muitas doenças que possuem os mesmos sintomas, e só um
profissional poderá dar o aconselhamento correto. Como prevenir é o melhor,
aqui vão as dicas: vacine seu filho nas épocas indicadas pelo Governo e
amamente-o no seio. Esta é uma excelente maneira de dar à ele as defesas
necessárias para evitar doenças como o sarampo.
(Fonte: Revista
"Mãe, você e seu filho", edição 47 - Dr. Mário Santoro Jr.:
consultor pediátrico)
Nas décadas mais
recentes, houve uma tendência de retorno ao naturalismo.
Uma das conseqüências
disso foi a busca de soluções naturais que diminuíssem as agressões ao meio
ambiente. Para os bebês, os pediatras voltaram - acertadamente - a incentivar
o aleitamento materno. Algumas mães e avós, no entanto, passaram a empregar
outros produtos naturais na dieta do bebê, como o mel, desconhecendo que nem
sempre o seu uso é isento de perigo. O mel, ao contrário do que muitos pensam,
nao deve ser dado ao bebê em seu primeiro ano de vida. Seu uso para crianças
dessa idade e condenado pelos pediatras em geral por duas razoes:
* nos 6 primeiros meses de vida, o mel pode saciar a fome do bebê, fazendo com
que ele perca o estímulo para mamar no peito, que é o mais importante;
* a ingestão de mel tem sido associada a possibilidade de desenvolvimento do
botulismo infantil. Esta e uma doença que ocorre no bebe quando ele ingere
alimentos contaminados pela bactéria Clostridium botulinum. Para crianças
dessa idade, o mel e o alimento com maior probabilidade de causa é esta
contaminação. O botulismo infantil e uma doenca grave, podendo ate causar a
morte súbita. Devido a variadas manifestações clínicas, ele pode ser
confundido com outras patologias próprias dessa idade.
Assim, o bebê pode
apresentar:
* choro fraco;
* dificuldade para se alimentar;
* intestino preso;
* paralisisa de vários músculos do tórax, dos membros, etc.
Como o mel não e essencial
a nutrição infantil, a dica é contra-indicar o seu uso em dietas de lactentes
no primeiro ano de vida, seguindo o exemplo de órgãos competentes, como a
Academia Americana de Pediatria e o Centro de
Controle de Doenças de Atlanta.
(Fonte: Revista "Mãe, você e seu filho", edição 39 - Dr. Mário
Santoro Jr.: consultor pediátrico)