AGRESSIVIDADE
Por ainda não conseguir se expressar e não ter noção de individualidade,
a criança logo parte para atitudes agressivas
 
Saiba como ajudar o pequeno a usar o peniquinho, sem que isso lhe produza trauma ou ansiedade.
A retirada das fraldas é uma fase que causa muitas dúvidas às mamães. Há sempre conselhos de avós, tias e vizinhas. Não raro, estas dicas são contraditórias, deixando as mães ainda mais confusas. É parte do processo de desenvolvimento da criança como falar e andar e deve ser encarada com naturalidade.
"Não acontece da noite para o dia, pois requer que a criança atinja uma certa maturidade.", adverte o pediatra João Coriolano Barros, da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Um dos requisitos é que a criança já saiba andar, para poder se deslocar até o banheiro, e falar, para compreender as solicitações dos pais para usar o peniquinho e com o tempo até informar que está com vontade de fazer cocô ou xixi. "É neste período também que ela passa a discriminar o cocô, que é sólido, e o xixi, que é líquido", explica a psicanalista Vera Ferrari, também da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Nesta etapa o pequeno começa a entender o significado da palavra "não". Até então, ele fazia suas necessidades fisiológicas quando e onde quisesse. De repente, os pais lhe pedem para não fazer xixi nas calças, mas no penico. Por isso, os psicólogos consideram a retirada das fraldas como a saída do "mundo sem lei" dos bebês e a entrada na disciplina das regras sociais. Portanto, muita paciência, compreensão e firmeza para discipliná-lo no controle dos esfíncteres.
Este também é um momento delicado devido à separação da criança em relação aos pais, pois ela não depende mais deles para trocar suas fraldas. Ela tem autonomia para ir sozinha ao banheiro. É importante que o baixinho esteja em condições de vivenciar esta experiência. Se for realizada de forma precoce, pode gerar problemas como a prisão de ventre, "uma forma inconsciente de manter a mãe perto", analisa Vera Ferrari.
Geralmente, a retirada das fraldas ocorre por volta do 18" mês de idade, mas pode variar conforme o ritmo de desenvolvimento do pequeno. Um sinal de que é hora de introduzir o peniquinho é quando a criança avisa que está incomodada com a fralda suja. Veja algumas dicas de como agir:
· Observe em qual período do dia ele faz cocô. Coloque-o no penico sempre nesse horário. Ele poderá não fazer no primeiro dia, mas vai se acostumando até chegar o momento em que vai avisar que está com vontade.
· Numa primeira etapa deixe-o durante uns 10 minutos sem fralda. Aumente o tempo aos poucos.
· Quando ele conseguir usar o penico, dê-Ihe os parabéns, mas não faça muita "festa", é um ato natural.
· Não leve o penico para o meio do quarto ou da sala. É o banheiro que se usa para esta finalidade.
· Não coloque o baixinho no vaso sanitário. Ele pode se sentir inseguro, por ser alto, grande e não ter onde se apoiar.
· Evite fazer barganhas. Nada de promessas em troca das calças secas.
· Não o recrimine quando falhar nas suas tentativas de dar adeus à fraldas. O processo é um pouco demorado, com idas e vindas até controlar os esfíncteres definitivamente.
(Fonte: Revista "Mãe, você e seu filho", edição 58)

 

 

 

 

CRISES DE CIÚME
"Com a chegada do irmãozinho, a criança fica agressiva, faz xixi nas calças.
É o medo de perder o amor da mãe para o pequeno intruso"
 
Tão antigo quanto Caim e Abel, o ciúme entre irmãos é capaz de deixar qualquer mamãe bastante preocupada e sem saber como lidar com esta rivalidade. A situação torna-se ainda mais complicada se o pequeno tiver apenas dois anos e sentir que a chegada de um irmãozinho roubou-lhe a agradável exclusividade que usufruía dos pais até o momento. Ele faz birra, quer mamar no peito, tem vontade de bater no bebê... Que fazer?
Apesar dos problemas que pode acarretar, sentir ciúmes é uma reação natural, faz parte da vida. Afinal, até o nascimento do novo bebezinho, a criança era tratada como um verdadeiro reizinho - ou uma princesinha - e toda a atenção dos pais e das pessoas mais próximas na família era voltada para ela. Aos dois anos, a criança ainda depende muito dos cuidados da mãe para sobreviver. Na sua fértil imaginação infantil, toda esta dedicação agora será desviada para o irmão e ela ficará desprotegida.
Para amenizar esta angústia, as crianças reagem das mais diversas formas. Algumas regridem a estágios anteriores, já ultrapassados, e voltam a fazer xixi nas calças, a falar como bebê e querem até mamar - no peito ou na mamadeira. Outras tornam-se agressivas com a mãe e devolvem a ela o que estão sentindo: rejeição. "A criança começa a se vincular mais ao pai e à babá e a se afastar da mãe", explica a psicanalista Célia Terra, professora assistente da Faculdade de Psicologia da PUC/SP Às vezes, a raiva fica tão intensa que o pequeno chega a bater no caçula.
É um conflito e tanto. A maneira mais eficaz para resolvê-lo é conversar com a criança. Isso deve ser feito, de preferência, ainda durante a gravidez do irmãozinho. Explique ao pequeno que o bebê vai precisar de cuidados especiais da mamâe durante algum tempo porque ele ainda não sabe falar, andar e nem comer sozinho. Isso funciona porque a criança de dois anos não conhece as limitações dos bebês e conseqüentemente não compreende porque a mãe dá tanta atenção ao caçulinha.
Estimule sua auto-estima, mostrando as vantagens de ser maiorzinho: ele já é capaz de falar, andar, brincar na areia do parque, entre outras coisas prazerosas. Diga-lhe, também, que você não vai deixar de amá-lo. E se ele quiser mamar? "Este comportamento não deve ser incentivado, mas também não há nada de mal em tirar um pouco o leite e dar à criança na mamadeira ou até mesmo deixá-la mamar um pouquinho no peito", tranqüiliza Célia Terra. Mas se ela agredir o bebê, seja firme. Mostre que isso não pode se repetir. Afinal, ela poderá machucar o irmãozinho.
As demonstrações de ciúme costumam durar entro 8 e 10 meses. Caso continuem por mais tempo, há o risco de que exista algo errado com seu filho e é recomendável buscar a ajuda de um psicólogo. Mas lembre-se: a competição entre irmâos é comum até mesmo em outras faixas etárias, apesar do seu desejo de que sejam sempre amigos. "Resta aos pais ter o discernimento para nâo proteger apenas um dos filhos", adverte a psicanalista Célia Terra.
 
(Fonte: Revista "Mãe, você e seu filho", edição 56)

 

 

 

 

QUE FASE DELICIOSA!

"Parece que foi ontem que você observou seus primeiros passinhos.
Agora seu filhinho já anda por todo canto,
fala pelos cotovelos às vezes até parece uma vitrolinha,
repetindo, tudo o que você diz"
 
Mas a criança ainda precisa de bastante atenção e de alguém que supervisione ou participe de suas brincadeiras - embora passe algum tempo sozinha com grande tranqüilidade. Veja o que eles já conseguem fazer nesta fase.
 
Andando melhor: Embora já saibam andar com bastante desenvoltura, as crianças de 2 anos ainda têm pouco equilíbrio. Os brinquedos de puxar ajudam a desenvolver seu sentido de equilíbrio. Elas também ainda não têm muito senso espacial - e costumam dar trombadas com outras crianças quando correm.
 
Descobrindo o seu corpo: A criança começa a descobrir seu próprio corpo e as brincadeiras são seu grande instrumento. Aponte para os lugares do corpo e diga os nomes (olhos, nariz, boca, orelhas). Mas não se esqueça de que eles vão descobrir partes que são consideradas tabu, como os genitais. Lembre-se de que quem tem o sentido moral é o adulto. Para eles, é só mais um pedaço do organismo. Nesta fase, eles adoram qualquer brincadeira que mexa com o corpo, do velho "serra-serra, serrador" até um jogo de esconde em volta de um obstáculo. Mas é preciso bastante energia e atenção para evitar machucados.
 
Fase de imitação: Eles gostam de fazer tudo o que os adultos fazem - limpar o chão, lavar a louça, atender o telefone e a porta. E se você ajudar, poderá virar uma boa brincadeira. Os utensílios de brinquedo, mais apropriados ao seu tamanho, permitem que os pequenos se envolvam nas atividades da casa e, de quebra, ainda preparam seu filho para o futuro.
 
Alô! Quem é? Treinar a fala é típico desta fase. Eles adoram sair correndo para atender o telefone - exatamente como vêem o pai e a mãe fazerem. "Alô! Quem é?" costuma ser a grande saudação, expressa em tons de felicidade suprema. Para você ter um pouco de tranqüilidade e o pequeno se divertir, lance mão de um telefone de brinquedo - há até celulares que tocam de verdade por aí.
 
Sobe e desce:  Aos 2 anos, a criança já tem segurança suficiente para subir e descer as escadas de pé e de frente. E adoram fazer isso sempre que podem. Por isso, é preciso bastante olho vivo para que não caiam.
 
Construindo: Eles adoram empilhar blocos em torres e até já conseguem criar casinhas e outras coisas do gênero. Incentive essa criatividade.
 
Meu primeiro triciclo: Vrruum! A bordo de um triciclo - mais estável que as bicicletas - os pequenos se divertem no parque e no quintal. Eles servem para desenvolver a coordenação, criar confiança e ajudam a vencer os desafios. E, ainda, os estimulam a usar a imaginação para brincar de moto ou carro de corrida.
 
Desenhando: Um papel em branco e qualquer coisa que rabisque são verdadeiros imãs. A criança adora "desenhar". Seus rabiscos podem ser feitos com giz de cera ou tinta atóxica, já que eles adoram colocar tudo na boca. Este é o 1º passo em direção às letras. Portanto, incentive-o.
 
Ler histórias: Um bom passatempo são os livros cheios de figuras coloridas e sem muita história. Assim, você pode estimular seu filho a criar a sua própria historinha. Em geral, eles adoram e, enquanto se divertem, aprendem novas palavras.
 
(Fonte: Revista "Mãe, você e seu filho", edição 28)